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sexta-feira, 29 de abril de 2011

cordel velho e cordel novo

(Mais uma ciranda do Cordel de Saia)
1
Tem nosso cordel escrito
Mais de cem anos de idade.
Dos primeiros rudimentos
Até a modernidade
Projeta-se no infinito,
Pois o cordel é escrito
Sem prazo de validade.
Gonçalo Ferreira da Silva
2
Velho cordel do passado
É o pai dos novos cordéis
Que hoje se apresentam
Em rebuscados painéis
Mas tem a cor do sertão
Estampando a evolução
Nos mais distintos pincéis.
Dalinha Catunda
3
O cordel bem feito é
Poesia sofisticada,
Que adensa o conhecer
Com a cultura aplicada.
Cheira qual fruta madura
Só comparado a ternura
Das flores da madrugada.
Pedro Monteiro
4
O cordel velho tem raiz
Nos romances medievais
Nas histórias sertanejas
Muito antes dos meus pais
O novo fala das ciências
Recheado de influências
Destas mídias digitais.
Ivamberto Albuquerque
5
Os antigos menestréis
Que vinham de Portugal
Exibiam seus folhetos
Pendurados no varal.
Ninguém imaginaria
Que fosse existir, um dia.
Até cordel virtual.
Marcos Mairton
6
O Cordel é atemporal
todo tempo é sua idade
velho ou novo é magistral
por sua diversidade:
nos mais variados temas
setilhas, outros esquemas
provam versatilidade.
Bastinha Job
7
O cordel velho foi escrito
com talento e galhardia,
rima, métrica, oração,
como exige a poesia,
num brilhantismo perfeito
pois tudo isso era feito
sem quase tecnologia.
Raul Poeta
8
Uma coisa neste mundo
ante a qual eu me comovo
são bons versos recitados
pelos poetas do povo,
uma rabeca tocando
o pobre cego cantando
“Cordel velho & Cordel novo”.
Zealberto Costa
9
Cordel é sempre cordel
de agora ou de antigamente
fuxica tudo o que quer
da bancada ao repente
no papel ou no gogo
bem feito fica decente
Rosário Lustosa
10
Da "Donzela Teodora"
Ao "Pavão Misterioso",
Do "Linguajar Cearense"
Ao conto maravilhoso,
Cordel velho e cordel novo
São expressões de um povo
Alegre e laborioso.Nezite Alencar
11
"Cordel Velho" e "Cordel Novo"
Não consigo dividir
Pois o que agrada ao povo
É o modo de transmitir
Tendo rima e oração
Fiel metrificação
Dá gosto ler e ouvir.
Josenir Alves de Lacerda
12
A Rima metrificada
Do nosso velho Cordel
Regula o cordel novo
Quando passa pro papel
Avançamos pro futuro
Sendo ao passado fiel
William J. G. Pinto
13
Cordel não é rapadura
Transportada num bornal,
É um gênero literário
De um rico manancial
Que agrada a todo o povo;
Não é velho, nem é novo:
Cordel é atemporal.
Marco Haurélio
14
Chegando à modernidade,
O cordel virou “global”
Vem de muitos idos tempos,
Na TV é cabedal.
Está presente na tela:
Acompanhe a novela.
Lá tem papel virtual
(Rosário Pinto)
15
Para mim, Novo Cordel
Deve ser tradicional,
Mas ter bonito papel,
Capa com bom visual,
Que seja xilogravura
Ou qualquer outra figura
E, até, em policromia.
Uma ilustração decente,
Trabalhada e condizendo
Com o que o cordelista cria.
16
A ciranda do cordel
Não para de circular
O chamado cordel velho
Vai cedendo seu lugar
Eis que surge o cordel novo
Vindo da boca do povo
Conquistando seu lugar.
(Olegário Alfredo)
17
Todo cordel tem seu tempo
Que marca sua produção;
O melhor está na regra
De sua composição.
Quem obedece produz
Um cordel que se reluz
Sempre em cada geração.
(Guaipuan Vieira)
18
Métrica rima oração
Elementos do cordel
Se o poeta bem seguir
Estes passos é fiel.
Nisso nada foi mudado
Hoje há cordel estilizado
Na sua forma e no papel.
(Vânia Freitas)
19
No passado era o cordel
Feito em folheto de feira
Hoje está com outra cara
Mas a rima é verdadeira.
Ele estará sempre vivo
E jamais será cativo
Da poesia passageira.
(Gerardo Carvalho (Pardal)

Para Dalinha e Rosário
Desculpas quero pedir
Não participei dessa roda
Algo veio me impedir
Viajei lá pro sertão
Não pude contribuir.

A ciranda ficou linda
Com grande participação
Os versos extraordinários
Exalaram a emoção
Dos poetas pros leitores
Que a leram com o coração.
Nelcimá Morais
*
Um grande beijo!